segunda-feira, 1 de março de 2010

Resoluções de Carnaval:Mulher e Mulata são coisas diferentes.


Mulher e multa são coisas totalmente diferentes. Mulher sou eu, você, qualquer uma que nasça, coma, engorde ou sofra de TPM todo odioso mês. Mulata é uma entidade, qualquer quê de divindade, com aquela graça sobrenatural, ou supernatural. Mulheres aprendem a andar com dificuldade aos 10, 11 meses de idade. Mulatas são concedidas a esse mundo pela compaixão dos bondosos Deuses, enternecidos ou entediados com os clamores de nós, pobres mortais. Mulheres tentam sambar. Mulatas deslizam suaves e ritmadas por surdos, repiques e tamborins, transbordantes de elegância, rebolativas e coloridas. Mulheres sofrem horas a fio torrando-se aos raios UV do cruel Sol dos trópicos, ignorando solenemente as investidas sutis de melanomas e manchas senis. Mulatas desfilam seu marrom-dourado em qualquer época do ano, principal 'indício' de sua real divindade inquestionável. E ao Sol, sua cor inumana, ou até (algumas mortais invejosas e despeitadas podem dizer) desumana parece ainda mais irreal, invejável, levando nossa vaidade ao extremo, beirando à tortura (Ai de nós e de nossa pobre pele e carne!). O sonho de chegar ao bronze que banha a Mulata e que refulge à tardinha pode ser até ouvido nas praias cariocas, onde mulheres flagelam-se À luz da estrela Mór, a um calor de 43 graus , murmurando “mea culpa, mea culpa!” Vãos lamentos, vã obsessão! Mulheres, enquanto nascerem, comerem, engordarem e sofrerem todo odioso mês com da TPM serão sempre mulheres. E Mulatas, enquanto nossa vã filosofia tentar cogitar hipóteses sobre seu surgimento, ou descobrir se acaso são de carne e osso, serão sempre Mulatas. E ai de nós, mortais e passíveis de envelhecimento mulheres!

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