sexta-feira, 8 de julho de 2011

Resposta à Resposta a Uma Ciumenta ou Considerações Sobre Nós

Olha, chame-me do que quiser, mas eu amo o fato de haver abismos nos separando do resto. O Destino (ao colocá-lo em caixa-alta me soou como Victor Von Doom rs), a providência divina ou do que queira chamar, se incumbirá de alargar os gargalos de gente-menor que não entende o vislumbrar daquilo que somos. Existem universos culturais diferentes e sinto informar-lhe, os pertencentes ao nosso são minoria e desaparecem em uma regressão geométrica (será que você testemunhou agora o nascimento do primeiro neologismo matemático?). Mas digo-lhe uma coisa, rebaixe-se até a soleira da insignificância intelectual de sua musa que a vida lhe parecerá mais camarada! Para nós, meu bom, tudo é mais difícil. Nós arcamos com os pormenores deste universo em concordata. Nós sorrimos mas somos menos felizes, nos relacionamos mas não nos envolvemos, nos deslumbramos e não amamos, ou amamos menos, ou amamos de forma analítica, mas tão analítica que o sentimento esvai-se em catalogações e dissecações, e por fim nos sustentamos com as lembranças do primeiro toque. Nós trepamos mais, raramente fazemos amor (ok, isso não é de todo ruim). Viver é mais fácil quando se tem um ou dois dígitos no Q.I. Mas não te condeno por pensar nela. Ela deve mesmo ser linda e carregar verdades e outros símbolos metafísicos em sua aura. Porém não se perca, nem feche os olhos para o que há a sua volta, o belo é perecível (ok, clichê, reconheço) e nunca exclusivo.







Falando em Beethoven... sabe que nunca tive paciência para ele, nem me atrevo a dizer que conheço algo. Mesmo para relaxar... acho que meu cérebro tem ojeriza a qualquer romantismo, mesmo o erudito (ok, essa foi a mentira mais deslavada já contada no hemisfério Sul). Mas ontem ouvia Liszt. Sou absolutamente apaixonada pela Valsa Mephisto. Alguma consideração? - Na verdade eu tenho uma: essa é uma excelente traquinagem para eu fazer com minha terapeuta terça... Analyze this! Hehe . Aliás, você, analise o seguinte: nós somos criadores, nós somos soberanos. Usas quase 10% da sua massa e é capaz de tudo o que fazes e mais, pois ainda há muito o que aprender. Me impressiona com o que escreves com esses mesmos quase 10%. Ainda se considera criatura? Então me junto a sua voz no coro ao mandar sua vaca, digo, musa evangélica ir pastar na puta que a pariu sob as bênçãos do Deus que ela preferir, enquanto nós nos fazemos Deuses em nossa amoralidade.






(Ok, now I’m out of control, please call the Police)






Confesso que fiquei curiosa e me detive durante alguns bons minutos em sua consideração final. Qualquer coisa imoral é normalmente divertida, havendo troca de fluidos corporais então? O que de ruim pode haver nisso?...






Beijos. Muitos. Todos devidamente imorais.