sexta-feira, 10 de junho de 2011

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Apresento-lhes hoje, caros leitores, uma interessante questão. E para fazê-lo, volto a um tempo que prometi à minha alma e sanidade que jamais recordaria.



O que nos garante a realidade? Em que se apegam para decidir que aquele momento é real? O que lhes garante o sentimento e sua veracidade? Sensações são forjadas por nós o tempo todo. Sorrisos amarelos, diplomacia, cordialidade, tudo mera questão de protocolo. Acostumamos-nos a eles e quando nos damos conta, estão plenamente integrados à nossa personalidade. Um sentimento forjado garante a irrealidade de uma memória? Idealizar um sentimento torna-o menos real? Ou irreal? E mais. Se nosso cérebro possui a capacidade criadora nata, o que garante que a vida vivida, que o tempo acordado é a realidade? O que garante que o tempo consciente é o cronológico? O que garante que nada a sua volta é uma invenção sua? Ou minha? E Deus? Porque Deus ser o criador garante a criação?Não há de ser ele também uma criação? Porque não eu? Pois eu, em cada fibra sou criadora. Sou criadora consciente, minhas células se regeneram e criam novos tecidos, meu corpo supre cada necessidade apresentada em forma de criação. E porque tudo isso, por ser palpável, é o real? Você, leitor, crê apenas naquilo que toca? Naquilo que te toca? Seu tato então é garantia da realidade. E seus ouvidos, olhos? Também te certificam de alguma realidade? Crê tanto assim em teus sentidos?


Não vou concluir esse texto, ele não traz nenhuma resposta nem levanta grandes questões filosóficas. É apenas o cerne de um grande medo. Medo da loucura.

Um comentário:

  1. Voltei, e não é por diplomacia nem por cordialidade.
    Se essas não forem as grandes questões filosóficas, são pelo menos das mais interessantes de se perceber. Não sei em que termos científicos se define a loucura, mas a mim parecem todos loucos (sem julgamentos morais aqui), só se suporta o peso da vida com o auxílio da loucura. Cada loucura iluminada pelo seu sol, seja a Bíblia, a família, o amor, a arte, esportes radicais, vegetarianismo, zoofilia, alcoolismo, ascetismo, racionalismo, marxismo, heliocentrismo, etc, etc. Espantar-se com a diversidade da realidade é o santo elixir do prazer em se estar vivo. Assim falou o profeta Lucas.

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