segunda-feira, 12 de maio de 2008

Amor, Martinis e Efemeridades (Dois Martinis e a Conta . . .)

Por muitas e muitas noites a fio, roguei por ser uma mulher. Mulher de verdade, não apenas uma menina que veste roupas ousadas e no ápice da vulgaridade, por conta de alguns olhares desavisados, sente-se como tal. Queria ser uma MULHER. Como que uma gueixa, que leva homens ao chão com um único olhar apenas. Queria ser uma mulher a qual os homens desejassem. Mas não apenas por tesão. Por precisar possuir tal mulher pra ter sossego. Por tê-la passado a amar simplesmente por seus olhares terem se cruzado. Clamei por ser uma mulher dessas. Mulher para ter os homens a me olhar com seus olhos amargos, de tanto desejo. Queria ser reconhecida pelos homens como tal mulher. Não só por isso, mas por isso também. Quando mais nova, tinha muitos amigos do sexo oposto. Por algum estranho motivo atraía-os (talvez uma disfunção qualquer que me fizesse liberar ferormôneo demais). Desses muitos, poucos davam-se conta de que eu era uma menina. Uma menina cheia de desejos. Desejos de mulher. Cresci. Tornei-me uma mulher. Uma mulher com ares de menina. Com um quê de Lolita. Dizem até que isso é o que torna uma mulher mais sexy. Até noto olhares em minha direção. Alguns mais descarados me olham nos olhos e em outras partes. Agora que sou mulher tudo torna-se muito mais complicado. Meço gestos e palavras, quando na verdade queria gritar, rosnar, morder. E o mais engraçado é que me parece que há quatro ou cinco anos atrás, eu era muito menos comedida em meus atos e olhares e pensamentos. Pensamentos. . . Esses sim me assustam . . . Pois somente eu os conheço, anyone else knows about it . . . Quando era pequena, quando era menina, entregava-me fácil demais, é fato (até me apaixonei por certo muleque, o qual hoje diz que eu voltei como um furacão, ora meça!), mas amava muito menos. Portanto sofria muito menos. E ainda não havia o sexo. Esse sim, é um complicador. Um PUTA complicador, diga-se de passagem. Mas prefiro não entrar no mérito dessa questão. Voltando a falar de amor. O amor é maravilhoso, sublime, sutil, embragantemente delicioso, arrebatador, mas tem o dom de perturbar apenas. Queria ser uma mulher, agora que sou, rogo por voltar a ser menina. As coisas me eram muito mais simples. E com relação aos meus impulsos sexuais, daí era só arrumar um pedófilo gentil e respeitador com a diferença de no máximos uns dez, doze anos e voilá: meus problemas se reduziriam pela metade! Ou talvez deixassem até de existir. . . Mas nada é assim tão simples.
Por que raios as coisas não acontecem quando têm de acontecer? Tente acompanhar-me o raciocínio: há anos atrás (quatro ou cinco talvez.) eu era perdidamente apaixonada por ele. Muito provavelmente viraria amor. Ele trocou-me pela boemia, a qual ainda não pertencia naquela época, e da qual hoje não consigo livrar-me. Pra ser sincera, faz tanto tempo que não sei o real motivo pelo qual não duramos mais que um mês, apenas suponho que tenha sido pela minha pouca idade para apreciar prazeres os quais hoje mal sobrevivo sem. Porém acredito que talvez se tivéssemos tido um pouco mais de paciência para que eu crescesse e aparecesse, hoje provavelmente o amaria perdidamente, pois foi minha primeira paixão platônica não alimentada, e estaríamos muito bem, obrigada. Mas não, lógico que não. Isso não aconteceu. Por qualquer motivo terminamos antes mesmo de termos começado (aquela história da ‘Stella’ . . .) e agora ele vem de desaforos pra cima de mim! Mereço? (Eu com essa mania de brincar com assuntos sérios . . .)
Bom amigo, bom homem. (Mais amigo que homem). Peço-lhe que exima-te de culpa, ou que pelo menos divida-a comigo. Se fostes um muleque, estavas na idade de sê-lo, e eu também estava longe de ser tal furacão. E se acaso te encorajo a tal atividade tão egocêntrica, é porque me sinto mais próxima de ti dessa forma, me sinto como dessa forma falássemos em uma língua que somente nós dois entendêssemos.
By the way, encontro-me curiosíssima e inclino-me na cadeira para assistir à catarse com detalhes. . . E sim, amar de fato é uma bobagem irresistível, mas que graça teria a vida se amar não fosse apenas uma bobagem sedutora. . . Divrita-se mais, sofra menos. Peço-te isso. Em nome dos velhos tempos. . . Sendo assim, Dois Martinis e Conta. . .

Nenhum comentário:

Postar um comentário