quinta-feira, 24 de abril de 2008

Um Absinto e conta . . .

Acordei irritada. Nossa, noite passada foi mais uma daquelas. Não agüento mais tudo isso. Preciso aceitar que sou insone, e além disso, noitívaga! Não sou um ser humano como outro qualquer. Passei pela noite sem dar conta ao menos de que havia anoitecido. Acordei daquele jeito. Macaca de calça jeans strech no 34. Acho que dormi de roupa, deve ter sido isso. Meus pais saíram logo cedo de casa. Pensei :"Finaly alone!" Para embalar minha rebeldia matinal, porque não um punk rock rasgado? E logo me rendi aos meus desejos mais sórdidos . . . Dentro de pouquíssimo eu já estava de mini-short jeans desfiado, camisa do Aerosmith furada, uma Stella Artois na mão, descalça, e pegando a moto no melhor estilo Sex, Drugs and Rock'n'Roll para ir à loja de conveniências que fica a pouco mais de 300 metros da minha casa. Fazer o quê? Eu estava sem meus Red Lucky Strikes! Apesar do quê, eu estava tomada por uma ira tamanha, que preferiria ter fumado charutos em vez de meros cigarros com alto teor de nicotina . . . Enfim, c'est la vie! Ao pôr meu Ray Ban, quis maldizer o Sol, por ter ousado nascer em tal fatídico dia. Pra melhorar o meu humor, guess what? Fiquei menstruada! Great news, afinal, como estou anêmica, é muito provável que eu continue sangrando por uns três meses mais ou menos . . . Resolvi comprar fígado! Estou com anemia, fígado tem alta concentração de ferro, logo: Fígado cru e Stella Artois no café da manhã! Ou será que uma Heiniken desceria melhor? It doesn't matter, pois meu dia estava começando a melhorar. .
Tomei meu saudável e nutritivo café da manhã, e não sei por qual motivo, ao olhar-me no espelho notei uma sutil semelhança entre mim e aquele distinto senhor, se não me engano seu nome era . . . era . . . Ah! Sim! HANIBAL LECTER. Quase-traumas à parte, sentia-me bem melhor. Resolvi então canalizar toda aquela fúria que jazia em mim. Aumentei ainda mais o volume do som e começei a arrastar os móveis. Em questão de segundos eles estavam todos no quintal. Quando olhei o estado no qual a casa se encontrava, logo sabiamente filosofei: 'Comprei pouca cerveja. Aliás, acho que vou precisar de vódica também . . .' E assim, preparada física e psicologicamente para o meu fim, parti resignada.
Quando começei a ouvir Ain't Life Grand , a tal ira foi me abandonando aos poucos, e me rendi a leveza que tomava lentamente conta do meu espírito. Troquei o punk pelo hard, o hard pelo blues, e enfim, ao final do dia, já estava ouvindo Zizi Possi. É Foxy, você está me decepcionando. . . Cute little heart breaker. . . A mim você não engana mais!
Finalmente, noite again, and so I'm happy again! Fomos a um pub, com poucos amigos. Na verdade um amigo. Amiga pra ser sincera. Uma. Mas ela acabou por encontrar outros amigos, e embora estivesse morrendo de saudades dela, isso não vem ao caso agora. O que tornou a noite insuportavelmente maravilhosa foi aquele puxão de cabelo. Ou terá sido aquela mordida no pescoço? Talvez fora suas mãos percorrendo meu baixo-torso discretamente, de forma a passarem por despercebidas. Podem também terem sido as vezes em que você puxou meu corpo contra o seu, como se eles fossem se fundir. É provável que tenha sido pela hora em que você me jogou contra a parede e me provocou até arrancar os gemidos que tanto queria ouvir . . . Chegamos ao tal pub, tomamos, um chopp, papo ameno, risos, elogios, beijos na orelha roubados, amizades de longas datas tendo sua sede por conversa jogada fora sendo saciada. Mas eu queria muito mais que isso. Quando vi aquele homem vindo, nossa. . . Minhas células entraram em choque. Minhas fibras musculares se encontravam tão tensas, que entraram em um estado de torpor comum, e eu conseqüentemente e um estado semi-anestésico. Minhas funções cognitivas foram sabotadas por meus próprios neurônios. Só conseguia pensar no imenso tesão que sentia. E em tudo que precisaria fazer para saciá-lo. Mais nada. Absolutamente nada além de jogá-lo na cama ou em qualquer outro lugar onde pudesse tirar sua roupa e descobrir outras utilidades para minha boca, língua e dentes. Olhava em sues olhos o imaginava me segurando, me apertando com força, como quem quisesse me prender. E mais uma vez me vem a mente a idéia do macho alfa. Mas é incrível, é exatamente assim que percebo seu toque, que sinto seu cheiro. Dominante. A música começa a vazar pelas frestas e furos, então me deixo levar pela marcação feita pelo baixo. Música sensual. Logo iniciaram-se movimentos incessantes e involuntários nos meus quadris e pernas. Calma Foxy, easy girl! Não adianta, não consigo me conter. E ele, meu macho dominante, se aproveitou das minhas fraquezas carnais, e começou a explorar meu corpo como se eu não percebesse suas mãos e como não ligasse para o tesão que eu sentia e para a briga que travava internamente contra meus instintos . . . Torturante. Devastador. Abuso. Imoral. Nossa, aquele cavanhaque, olhar malicioso, mãos habilidosas, boca precisa, palavras desconcertantes. . . Ele foi feito sob a medida dos meus desejos mais obscuros, daqueles que tenho vergonha até de pensar. . . Ele olha como quem me despe. Ele entra em meus olhos sem pudor. As portas da minha alma assim, como que fosse já o dono. E que sabe se por algum acaso do destino já não o é? Ele me toca como que já conhecesse os meus caminhos, meus segredos, com se fosse terra já antes explorada. . . Acho que meus poros exalavam tanto feromôneo, que eu tentava resistir, ma já era tudo muito inútil. Estava escrito em minha testa com um letreiro em neon que piscava seqüêncialmente e dizia assim: "EU QUERO! EU QUERO!". E pior, acho que ele leu . A essa altura do campeonato, só mesmo uma garrafa de rum!
Melhor, Um Absinto e a conta . . .

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