quinta-feira, 24 de abril de 2008

Um WhiteHorse e a conta . . .

"O poeta é um fingidor ( corno, diria eu), finge tão completamente (ou seria deverasmente?cegamente?friamente?), que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente . . . " Never mind, estou ébria demais para citar Pessoa. O fato é que eu nunca poderia imaginar que gostaria tanto de sofrer! Estranho ler isso, concordo, também acho estranho escrver tal fato, porém, com acabei de dizer, é uma fato, e fatos não podem ser ignorados. A felicidade é muito corriqueira demais. Todos a procuram, a sentem, a declamam, bradam por aí o tempo todo. Agora, experimente sentir uma uma dor de corno daquelas que o faz querer tomar Absinto e lexotan só pra dar uma relaxada... Não há nada melhor! Eu não escrevia nada hà pelo menos uns dois anos. Acordava sorrindo, achava todos os dias maravilhosamente lindos e todos os sorrisos incrívelmente expressivos. Estava sempre cercada de pessoas inteligentes e interessantes. Ía a praia com mais freqüencia que a própria Iemanjá. Até que belo dia acordei de tpm, percebi que eu não podia estar vivendo um conto de fadas, pois tenho 18 anos, sou carioca e estou em pleno século XXI! Tinha alguma coisa errada com tudo aquilo, óbvio! Então rapidamente o plano superior me agraciou com uma brilhante idéia: uma sociedade. Propuz uma sociedade ao meu noivo: eu entrei com o pé e ele com a bunda. Ele relutou, mas enfim aceitou. QUE PUTA DOR DE CORNO! Nunca senti nada, absolutamente nada parecido. Me senti fraca, feia, doente, suja, dessangrada, a mulher mais intolerável dessa nossa vã realidade. Então me veio aquela sensação: agora sim! Good Bye Matrix e fotos com cara-de-alice-apaixonada-no-país-das-maravilhas! Finalmente a realidade! Logo no primeiro dia pensei em encher a cara de tequila e experimentar as maravilhas do sexo casual com um cara que nunca havia visto na vida pra curar o cotovelo. Que disse qu consegui? Na verdade nem ao menos tentei, só cogitei a hipótese, e nem foi com um tão desconhecido assim... Recorri então ao clássico White Horse à cowboy, Muddy Watters e cigarros, muitos cigarros. Enquanto me entregava aos efêmeros prazeres terrenos que minha religião não se cansa em condenar, tornou-se impossível não pensar em como é chato sentir dor de corno, querer curtí-la e não ter nada original pra fazer! TUDO, eu digo TUDO, é clichê quando trata-se dor de corno. Visto isso, resolvi então ceder ao meu instinto mais primitivo, mais sombrio, aquele que meu noivo tentava aprisionar a todo e qualquer custo: A Boemia! Me entreguei de fígado, olheiras, pulmões e alma aos prazeres que sabia que nesse momento delicado, só a boemia me proporcionaria. Thought and Done! Exatamente o qu eu precisava. Nos primeiros dias, foi difícil me acostumar ao rítmo, confesso com minha boca, não é fácil! Mas me sacrifiquei. Sangrei. Sangro ainda. Sofro. E como ainda sofro, sofro muito. Dói ainda mais agora. Mas nunca estive tão satisfeita! Agora eu escrevo nas pardes, guardanapos, folhas, folhas e mais folhas. Olho o mundo sem aquelas cores vibrantes, e adimiro assim, os cinzas e os tons pastéis. Não tenho mais o calor daquele corpo. Tudo bem, amo frio. Saio sozinha de moto, vou pra minha sinuca completly alone, tomo minha heiniken, jogo pôquer, fumo quantos red lucky strikes eu quiser... Chego da faculdade, abro uma garrafa de rum e toco minha guitarra e penso no tempo que perdi indo ao cinema acompanhada. Nada melhor, ouço blues e escrevo toda santa madrugada, minha insônia voltou com força total. Terça, quinta e sexta bebo no bar embaixo da faculdade enquanto divagamos sobre assuntos vários. Tenho uma nova paixão com um quê de HellAngel, um charme assim, um cheiro de homem, e um puxão de cabelo que me faz pensar que ele é o MACHO ALFA! Incrível não é?! Pode até não ser, mas estou a m a n d o sofrer assim. Choro horrores, não como, estou com uma sutil anemia, ligeiramente bege, e me alimento basicamente de heiniken, cigarros e coca-cola comum da garrafa de vidro, e patéticamente depressiva. Who cares? Graças ao Foxy-Lady-new-way-of-life, fiz uma bárbara descoberta, que certamente vai revolucionar a história romântica (peço licença aos imortais que padeceram sob o mal do século...): Nada melhor que uma bela e dolorosa e complicada e dramática DOR DE CORNO!Criei minhas quimeras. Lindas e poderosas. Tudo bem, aquelas que não são feitas de sonhos não valem apena serem alimentadas, pois na maioria das vezes elas não se satisfazem somente com suas angústias pois são uma espécie muito mais voraz. Who cares (again)? Eu as alimento com dor e pensamentos baixos e indígnos. Elas me alimentam com inspiração, muita inspiração. We're fine like that, thanx! Sendo assim . . . Um White Horse e a conta . . . .

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